As atividades formativas abrangem o teste de G6PD, indispensável para o início do tratamento com o novo antimalárico


Com o objetivo de avançar na implantação gradual da tafenoquina, novo medicamento antimalárico que reduz o tempo de tratamento da malária vivax, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), realiza até sábado (25/10), em parceria com autoridades de saúde, treinamentos sobre o uso do teste de G6PD, etapa necessária para o uso seguro da medicação. As atividades acontecem na Regional de Saúde do Juruá, que abrange os municípios de Eirunepé, Carauari e Ipixuna.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a FVS-RCP, por meio gerência de Malária e outros hemoparasitas, Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), e a esfera federal com equipe do Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde Ambiental (SVSA) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai); e Distrito Sanitário Especiais Indígenas (DSEI) médio rio Solimões e afluentes.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, ressalta que a capacitação dos profissionais de saúde é um dos pilares para o sucesso da implantação gradual da tafenoquina no tratamento da malária. “O uso adequado do teste de G6PD é essencial para a segurança e eficácia do tratamento. A FVS-RCP segue firme em sua missão de fortalecer as ações de prevenção e tratamento da malária”, ressaltou.
Para o tratamento de malária com tafenoquina, se o paciente apresentar o nível de G6PD abaixo do esperado, será encaminhado para tratamento com a primaquina, medicamento anterior e já vigente para o combate à malária.
O responsável técnico de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Elder Figueira, enfatiza que a introdução da tafenoquina no Amazonas é um avanço significativo para o tratamento da malária. “A tafenoquina reduz o tempo de tratamento. Isso impacta na melhoria da adesão dos pacientes ao tratamento e contribui diretamente para a interrupção da cadeia de transmissão, refletindo na redução dos casos da doença”, afirmou.
Menos dias de tratamento
A tafenoquina é um antimalárico indicado para uso em conjunto com a cloroquina. Esse composto medicamentoso é indicado para a malária vivax, responsável por 85,1% dos casos de malária no Amazonas. Esse tipo de malária é transmitido pela picada de mosquitos infectados, especificamente os mosquitos do gênero Anopheles.
O coordenador de Eliminação da Malária na SVSA/MS, Alexander Vargas, explica que a tafenoquina é um medicamento a ser tomado em um único dia juntamente com três dias de cloroquina, o tratamento que antes era de sete dias e hoje se torna três dias.
“Isso aumenta a adesão do paciente ao tratamento, o que reduz as recaídas que há na malária. O Ministério da Saúde está fazendo a implementação (da tafenoquina) com municípios prioritários para que se consiga eliminar a malária no Brasil até 2035”, ressalta o coordenador de Eliminação da Malária na SVSA/MS, Alexander Vargas.
Implantação gradual
Para a realização dos treinamentos, a equipe técnica das autoridades de saúde realiza visitas itinerantes aos municípios, acompanhando de perto a execução das atividades iniciadas na terça-feira (21/10).
O objetivo é capacitar profissionais médicos, enfermeiros, farmacêuticos, bioquímicos, biomédicos, microscopistas, além de Agentes de Combate às Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), fortalecendo a rede de vigilância e atenção à malária na região.
A tafenoquina foi implantada inicialmente nos municípios de Manaus, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, Guajará, Tefé e Alvarães. A expansão gradual para outras localidades, como Juruá, é mais um passo estratégico no controle da malária em todo o Amazonas.