A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), continua reforçando a oferta de serviços para a população masculina durante a campanha “Novembro Azul”, que tem como objetivo estabelecer estratégias para ampliar o acesso e acolhimento a esse público na Atenção Primária à Saúde (APS).
Além das atividades desenvolvidas dentro das próprias unidades de saúde, a programação envolve ações extramuros, especialmente em locais de maior concentração do público masculino, como em canteiros de obras de construção civil.
Na Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Antônio Reis, no bairro Betânia, zona Sul, a população teve acesso aos serviços do 5º Circuito de Saúde do Homem, atividade realizada anualmente no mês de novembro como estratégia para facilitar o acesso às ações de prevenção e diagnóstico precoce de doenças.
De acordo com a diretora da USF Antônio Reis, Rejane Miranda, a programação disponibilizou 30 vagas para atendimento na segunda-feira, 17/11, e mais 30 nesta terça-feira, 18/11, quando os pacientes foram atendidos em um circuito começando com cadastro individual e domiciliar, avaliação do índice de massa corporal (IMC), consulta médica, coleta para exames laboratoriais, teste rápido (sífilis, HIV e Hepatites B e C), vacinação, eletrocardiograma e ultrassom da próstata.
“A ideia é avaliar a situação de saúde dos pacientes de forma integral, deixando os exames recomendados em dia. E foram disponibilizados os exames para detectar alterações que possam indicar suspeita de câncer de próstata. Os pacientes já saíram com agendamento da consulta de retorno. Em caso de alteração da próstata, a intenção é encaminhar o paciente para atendimento com médico urologista na própria unidade de saúde”, informou Rejane Miranda.
A diretora do Distrito de Saúde (Disa) Sul, Jucinara Rodrigues, acompanhou a ação na USF Antônio Reis e destacou junto aos pacientes a importância de buscar os serviços de saúde pelo menos uma vez ao ano, antes, durante ou depois do “Novembro Azul”.
“Em novembro, as unidades de saúde reforçam a busca ativa dos pacientes com foco na saúde integral, atendimento odontológico, exames laboratoriais para avaliar questões como colesterol, acompanhamento dos hipertensos e diabéticos, atualização vacinal e atendimento médico”, explicou Jucinara.
A diretora lembrou ainda que os homens, culturalmente, procuram menos as unidades de saúde, em comparação com as mulheres, principalmente no que se refere à prevenção e diagnóstico precoce de doenças.
“Existe uma estatística que diz que a cada dez mulheres que adentram nas unidades de saúde, fora de novembro, temos dois homens procurando os serviços. É uma questão cultural do pensamento de ser o super-homem que não adoece. Com isso, quando surgem sinais e sintomas iniciais, indicando algum agravo chegando, ele não busca a unidade de saúde rapidamente e não verbaliza nem para a família”, alertou Jucinara.
A médica Ana Paula Breves Chixaro, que atendeu os pacientes na USF, apontou que o fato de o público masculino não procurar o atendimento de forma rotineira, como as mulheres, resulta no agravamento da situação de saúde do paciente
“O diagnóstico da doença acaba ocorrendo em uma fase avançada. Tem casos em que o paciente só fica sabendo que é hipertenso quando sofre um acidente vascular cerebral, o AVC. O mesmo ocorre com o câncer de próstata, sendo que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e oferece um prognóstico na qualidade de vida do paciente”, afirmou Ana Paula.
A orientação, conforme explicou a médica, é que os homens procurem ao menos uma vez ao ano o atendimento nas Unidades de Saúde para realizar uma avaliação geral, quando o profissional de saúde pode questionar sobre os sintomas e encaminhar para a realização de exames.
Na consulta de rotina, Ana Paula destaca que o atendimento inclui a aferição da pressão arterial, da glicemia para avaliar risco de diabetes, encaminhamento para exames laboratoriais, solicitação de eletrocardiograma para rastreamento cardiovascular, entre outros exames.
“Apesar das dificuldades, foi possível perceber uma melhoria na procura pelos serviços este ano. Até o ano passado, a gente precisava falar com as mulheres para que trouxessem os homens para o circuito de saúde. Este ano houve uma diferença, com os homens aderindo mais à campanha, querendo participar e tendo mais paciência para esperar pelo atendimento, coisa que a gente não via antes”, revelou a médica.
O aposentado José Melo, de 66 anos, morador do bairro São Lázaro, zona Sul, participou do circuito de saúde, aproveitando o acesso mais fácil e rápido aos serviços.
“Tem homem que não quer fazer a prevenção de doenças, não quer fazer exames, mas é importante cuidar da própria saúde. Eu estou participando para fazer a consulta médica, os exames de sangue, ultrassom e o eletrocardiograma, além de aproveitar para tomar a vacina deste ano contra gripe, que ainda não atualizei”, contou José.
Ações extramuros
A Semsa também vem promovendo ações chamadas extramuros, fora das unidades de saúde, como aconteceu no canteiro de obras no bairro Planalto, zona Oeste, da empresa MRV Engenharia, na segunda-feira, 17/11. Coordenada pelo Disa Oeste, a ação contou com a oferta de consulta médica, testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites B e C, oferta de vacinas e aferição de pressão arterial.
A técnica do programa de Saúde do Homem do Disa Oeste, enfermeira Jucélia Magalhães Taveira, explicou que o público-alvo da ação era formado por cem trabalhadores da construção civil, que participaram também de atividades educativas.
“Todas as unidades de saúde estão desenvolvendo ações para incentivar os homens a procurar os serviços de prevenção de doenças e promoção da saúde. É um trabalho desenvolvido durante todo o ano nas Unidades de Saúde e que é reforçado em novembro. O foco da ação no canteiro de obras foi a conscientização sobre os cuidados que os homens devem ter com a própria saúde, com o acompanhamento médico e a realização de exames para prevenção de doenças”, destacou Jucélia.
O contramestre André Nogueira participou da atividade promovida no canteiro de obras e afirmou que foi importante por facilitar o acesso aos serviços, devido à falta de tempo para procurar uma unidade de saúde.
“Nós homens, muitas vezes, somos preconceituosos e também medrosos para procurar os serviços de saúde. Aqui no trabalho, as ações do ‘Novembro Azul’ são um incentivo a mais, estamos no meio dos colegas e isso ajuda bastante”, concluiu André.
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Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Cristian Guerreiro/Semsa
