Equipe multiprofissional do Caic TEA José Contente estimula o aprendizado, autonomia e habilidades, durante os atendimentos


No Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) José Contente, cada atendimento é planejado por uma equipe multiprofissional que atua de forma integrada para estimular habilidades, promover o desenvolvimento e garantir um cuidado humanizado às crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O atendimento multidisciplinar em um único espaço potencializa o aprendizado e a autonomia das crianças atendidas na unidade.
O Caic TEA José Contente faz parte da rede estadual de saúde. A unidade tem a parceria, no desenvolvimento das ações, da Rede TEIA Agir, especializada em serviços terapêuticos voltados ao autismo. “O espaço foi projetado para conciliar técnica e acolhimento, com ambientes sensoriais e recursos terapêuticos modernos, fundamentados na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), referência internacional no tratamento do TEA”, destaca a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud.
O processo tem início na consulta com o médico especialista, responsável por avaliar cada caso individualmente. A partir dessa avaliação, a equipe multidisciplinar realiza uma anamnese detalhada com a família, possibilitando compreender o histórico da criança, suas rotinas, preferências e necessidades específicas. Essas informações, aliadas ao parecer médico, são fundamentais para a elaboração do Plano Terapêutico Singular (PTS), que orienta todas as intervenções realizadas.
A equipe é composta por psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, psicomotricistas, nutricionista, assistentes sociais e médico especialista, que trabalham juntos na construção do plano de cuidado.

Foto: Lia Cardoso / CHS
Multiprofissionais
A fonoaudióloga Sylvana Freitas explica que o primeiro passo é acolher as famílias e mostrar que o desenvolvimento da fala segue etapas. “Antes da fala, existem etapas essenciais: manter contato visual, compreender comandos, sentar. Nosso trabalho é construir esse caminho. Se a criança gosta de animais, usamos os sons deles como recurso. Começamos com sílabas simples, de forma lúdica e prazerosa, baseada nos interesses da criança”, destaca.
O psicopedagogo Amaury Cunha reforça que a terapia vai além do ambiente doméstico, preparando a criança também para a vida escolar. “A função do psicopedagogo é identificar lacunas na leitura, escrita, raciocínio lógico e até no brincar. Primeiro, criamos vínculo, porque a criança sai do ambiente familiar para conviver com profissionais que não conhece. Só quando conquistamos essa confiança conseguimos avançar. Cada habilidade adquirida muda a forma como a criança interage no mundo”, explica.
Segundo a terapeuta ocupacional Thais Goulart, a terapia ocupacional é uma das áreas mais procuradas no atendimento a crianças com TEA, pois trabalha a autonomia, socialização e habilidades funcionais. “Queremos que a criança consiga se alimentar, vestir-se e cuidar da higiene de forma independente. Usamos o brincar como recurso terapêutico, ensinando a usar brinquedos de forma funcional. Esse processo fortalece a autonomia e leva conquistas também para casa e escola”, enfatiza.
Thais ressalta, ainda, que a qualidade da estrutura do Caic faz diferença no desenvolvimento. “A nossa sala de integração sensorial permite trabalhar organização sensorial, cognição e motricidade de forma completa. Em pouco tempo, já percebemos avanços significativos: crianças que antes não brincavam de forma funcional hoje conseguem interagir, explorar e se expressar melhor”, complementa.


Segundo a supervisora assistencial Rosecleyde Silva, cada profissional tem papel essencial na jornada terapêutica. “A importância do nosso trabalho vai além das intervenções. Aqui, oferecemos um ambiente estruturado, seguro e acolhedor, que favorece o aprendizado e autonomia. Valorizamos também o vínculo com a família, pois o que começa aqui precisa continuar em casa”, enfatiza.
Recursos terapêuticos
Outro diferencial do atendimento, segundo o supervisor assistencial Carlos Costa, é o uso de recursos lúdicos e pedagógicos em todas as terapias. “Cada ferramenta é escolhida com cuidado. Por exemplo, o brinquedo Senhor Batata auxilia na terapia nutricional e na seletividade alimentar. Também utilizamos softwares de comunicação alternativa e ambientes sensoriais para favorecer interação, aprendizado e autonomia”, destaca.
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