Informações disponíveis no Portal da Transparência da Câmara Municipal de Manaus (CMM) mostram que o vereador Sargento Salazar emprega em seu gabinete Kidson Maia de Souza Júnior, que também é seu sócio na empresa Escudeiro Serviços Terceirizados LTDA.

O caso configura um claro conflito de interesse, já que um parceiro comercial do vereador recebe salário pago com dinheiro público, dentro da estrutura mantida pelo próprio gabinete. A prática fere os princípios de moralidade e impessoalidade da administração pública e levanta questionamentos éticos sobre o uso dos recursos destinados à atividade parlamentar.

Os dados da transparência revelam ainda que o gabinete de Salazar gasta mensalmente cerca de R$ 16 mil com uma locadora de veículos, para locação de motocicletas. O detalhe que chama atenção é que o próprio vereador faz propaganda dessa mesma empresa em suas redes sociais, promovendo os serviços como se fosse cliente ou parceiro comercial — uma atitude, no mínimo, incompatível com a responsabilidade que o cargo exige.

Além desses gastos, o gabinete também apresenta valores altos em despesas com combustível, que ultrapassam os R$ 6 mil por mês, sem justificativa clara sobre o volume e o destino da utilização dos veículos pagos com verba pública. O valor de combustível seria o equivalente a dar pelo menos cinco voltar ao redor do mundo.
As informações oficiais desmontam a imagem construída por Salazar como um político “diferente dos outros”. Conhecido por adotar uma postura moralista, usar a fé como bandeira e atacar adversários com apelidos e ironias, o vereador agora enfrenta críticas nas redes sociais justamente pelos comportamentos que dizia combater.
O caso escancara o abismo entre o discurso e a prática na política local: o homem que se vendia como símbolo de honestidade e “nova política” agora é apontado como mais um exemplo da velha forma de fazer política, marcada por privilégios e favorecimentos.