O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que até 29 de setembro era presidente da Suprema Corte, anunciou aposentadoria.
Em um discurso emocionado, que teve que ser pausado diversas vezes pela voz embargada, Barroso antecipa em oito anos a saída do STF.
Barroso foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2013. Nos 12 anos no Supremo, a passagem do ministro foi marcada pela postura mais centrada e de menor exposição e também por forte embate com o colega de Corte Gilmar Mendes.
Em 2018, durante julgamento sobre aborto, Barroso disse a Gilmar: vossa excelência é uma pessoa terrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”.
Na sessão de despedida, Gilmar elogiou o colega e disse que “a vida os havia separado, mas também reaproximado-os”.
FUTURO – Em coletiva de imprensa, Barroso disse que sai do STF sem planos, que o que está no horizonte dele são compromissos acadêmicos. Também afirmou que não tem interesse em voltar a advogar tão cedo. “A partir de agora eu gostaria de servir ao Brasil como um intelectual público, sem cargo”.
Com a saída do ministro, inciam-se as conversas sobre quem pode sucedê-lo. Ao presidente Lula, que indicará o futuro novo ministro, pressão pela diversidade no STF, com a escolha, por exemplo, de uma mulher e negra.
Hudson Cristo Braga – Da Coluna do Cristo